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Pegando roubo de caixa no varejo – 2ª Parte

Na coluna passada (leia aqui) mostrei para vocês uma forma bastante eficiente para descobrir se você está sendo roubado através dos controles do seu negócio.

Nessa coluna de fevereiro dividirei com vocês algumas experiências dolorosas e caras que vivi, e que mostram alguns métodos muito usados para se roubar o caixa em lojas no varejo. Fique esperto, pois pode estar acontecendo com você.

Lembro como se fosse ontem minha primeira decepção. Os números da empresa pioraram de uma hora para outra e percebemos que algo estava acontecendo. Logo ia descobrir que o problema era com a funcionária que mais gostava na empresa. Pior, ela estava grávida.

Gostava dela não era à toa. Além de simples e simpática, era muito inteligente. Mas após algumas sequências de CMV (custo de mercadorias vendidas) horríveis, fomos analisar as câmeras. Lembro que não parecia haver nada errado. Todos os “tickets” eram digitados. Não havia nenhum movimento de dinheiro não entrando no caixa. Aparentemente tudo certo.

Foi quando o nosso gerente percebeu pela câmera que a maquininha registradora não se mexia após finalizar uma venda. O dinheiro entrava no caixa, mas aparentemente não estava havendo o registro. Para se resumir a estória, depois de muitas análises e conversas com outros funcionários, descobrimos que o roubo acontecia da seguinte forma:

Pela manhã a funcionária recebia R$ 150,00 para ter troco durante o dia. Antes de descer para o caixa, ela já colocava esse dinheiro no bolso. Quando começava o movimento forte na loja, ela fazia todo o caminho no sistema para fazer a venda mas, ao final, ao invés de apertar a tecla “enter” pra confirmar a operação, ela apertava a tecla “esc”. Ou seja, o sistema voltava para a tela inicial, e o registro não era feito.  Como o movimento era intenso e os balconistas adiantavam o pedido, a falta do “ticket” não era sentida.

Mais: ela tinha uma calculadora de mão que ficava ao lado do computador. Tudo que ela não registrava,  ia somando na calculadora. Quando chegava aos R$ 150,00 que ela havia colocado no bolso antes de descer para o caixa, ela parava com o processo. Por isso não havia movimento de dinheiro do cliente para o bolso. Era esperta ou não a menina? Pena que usava para “o mal”. Resumindo, prejuízo de mais de R$ 3.000,00 por mês.

Depois os métodos foram evoluindo. No último roubo que pegamos, a caixa batia apenas metade do pedido do cliente. Assim, até a saída do ticket acontecia. O resto do processo era igual. E olha que as duas funcionárias nem chegaram a se conhecer. Dificilmente “pegaríamos” se não houvesse rígidos controles.

Fiquem atentos também aos pagamentos de alguns fornecedores que são feitos no momento da entrega do produto. Não é incomum “acertos” entre o gerente da loja e o entregador, aumentando o valor da notinha. Muita atenção também a quantidade que entra na loja. Receber mercadorias a menor e “rachar” depois com o funcionário é muito fácil de fazer quando alguém está mal intencionado. E dificílimo de pegar.

Quero deixar claro que esses casos em nossos negócios não são corriqueiros. A grande maioria dos funcionários que trabalha conosco parece ser honesta e honrada. Muitos saíram por outros motivos, e os melhores continuam conosco até hoje assumindo cargos mais altos. Fazemos questão de buscar e reter os talentos. Mas esse também é um assunto para outra coluna.

Ah, e para quem acha que esses casos de roubos de caixa no varejo não acontecem por aí, escutem essa. Outro dia estava em um grande supermercado da Barra da Tijuca, no Rio. O lugar estava lotado, mas passei em uma loja para matar minha fome e comprar 5 pães de queijo.

Ao invés de receber a notinha, a caixa foi “direto ao assunto” e me entregou os 5 pães de queijo. Lembrei de toda minha experiência de balcão e, por reflexo, estiquei meu pescoço pra ver o que havia ao lado da caixa registradora da menina que me atendia. No que, de relance, pude ver a caixa digitando em sua mini calculadora o valor exato dos meus 5 pães de queijo que não foram registrados.

Pra bom entendedor, meia palavra basta… E já sabem. Calculadoras ao lado do seu caixa, só se forem estritamente necessárias.

Saiba mais sobre como pegar roubo no caixa! Leia aqui o primeiro post sobre o assunto.

Grande abraço e até a próxima.

Vicente Maia é especialista em franquias, análise de pontos comerciais e estratégia. Também é sócio da primeira franquia da Rede Mega Matte, e possui 3 lojas posicionadas entre os melhores faturamentos da rede de quase 100 lojas. Formado em administração de empresas pela PUC-RIO e especialização em gestão pelo IBMEC-RJ. Empreendedorismo “na veia”.

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