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Qual a diferença entre paixão e estratégia?

Outro dia estava passando em frente à banca quando vi uma das edições da Superinteressante. A reportagem de capa tinha como título algo como “mentiras que todos acreditamos”. E um dos exemplos de mentira era: “o segredo do sucesso é amar o que você faz”.

Não li a reportagem, mas deve ter alguma boa teoria explicando isso. Na verdade, a conta é simples. Passamos um terço da nossa vida trabalhando. Então, se você não gosta do seu trabalho, no longo prazo vai ser complicado ter como única motivação o dinheiro. E não estou nem levando em conta que quantidade de dinheiro não é fator único para se definir o sucesso. Pelo menos para mim.

Agora, vamos trazer essa teoria para nossa realidade. Não tenho dúvidas de que o empreendedor tem muito mais chance de ter sucesso se fizer algo que ele conheça e goste de fazer. Pra começar, antes mesmo de montar o negócio, ele já é um grande consumidor do produto. Sabe todas as suas virtudes e seus problemas. Conhece diversos outros amantes (ou clientes potenciais) do produto. Se deixar, o empreendedor vai trabalhar no feriado, nas férias, tudo com prazer. Sempre busquei empreender em coisas que eu realmente curto. Funciona bem.

Mas essa não é uma história de apenas um lado. Muita gente boa e estudiosa em um assunto parte pra tentar ganhar dinheiro com o seu “hobby” sem qualquer conhecimento ou preparo em gestão. Muitas vezes ele sobrevive ganhando “a conta”, ou nem isso, levando o “business” bravamente com seu amor pelo que faz. Até que vem alguém realmente preparado e…. “gloupt”. Engole o nosso amigo apaixonado.

Um bom exemplo: em junho do ano passado eu estava andando na feira de franquias em São Paulo com 2 grandes amigos, Diogo e Solange. No meio daquelas centenas de coisas parecidas, o Diogo viu algo diferente. Era um “stand” desses envelopamentos de carro, que deixam o seu automóvel fosco. Fomos lá conferir sobre o que se tratava.

Estava lá uma mulher bonita (daquelas que também podem ser chamada de isca de stand), e o dono da marca. Ao nos ver aproximar, começou a discorrer sobre o produto. Ele dizia que foi ele que começou o envelopamento no Brasil, que trabalhava com carros de empresas, carros de passeio, motos, que era um mercado muito bom… E eu perguntava: Quais são as margens do negócio? E ele continuava explicando que aquele envelopamento ficava excelente em carros de luxo, que o adesivo não estragava o carro, que era feito pelo material A, B e C… e eu perguntava: mas quais são as margens do negócio? E ele continuava dizendo que o envelopamento na loja dele era feito a perfeição, que se precisasse trocar o adesivo ele tinha a solução tal e…

Até agora não sei se ele não achava minha pergunta importante, se não sabia a resposta, ou se estava tão entretido com a impressionante qualidade do seu produto que esqueceu de escutar o cliente.

Resultado: quando ele deu uma vacilada e olhou pro carro envelopado ali exposto, os 3 saíram correndo. Acho que o cara está até agora falando de todos os componentes químicos do material usado por ele.

Moral da história? Possivelmente ele é um daqueles apaixonados pelo seu negócio com pouca visão estratégica e de gestão. Se continuar por esse caminho, provavelmente o fim dele será o mesmo de muitos empreendedores apaixonados que esquecem de conhecer melhor o cliente, de organizar financeiramente a empresa, de gerir estoque com inteligência, de montar uma equipe preparada, de se capacitar tecnologicamente para crescer, e por ai vai…

E o pior é que ele é tão apaixonado pelo negócio que não consegue enxergar momentos críticos. Grande parte dos empreendimentos já foi um dia o sonho de um empreendedor. E reconhecer que ele não está dando certo exige uma visão fria, sem emoções.

Para terminar, vou reafirmar que a paixão pelo seu negócio é importantíssima. Assim como a estratégia é fundamental. Se você for um apaixonado pelo seu negócio com conhecimento de gestão e visão estratégica, vai fundo. Seu futuro é azul.

Grande abraço e até a próxima.

Vicente Maia é especialista em franquias, análise de pontos comerciais e estratégia. Também é sócio da primeira franquia da Rede Mega Matte, e possui 3 lojas posicionadas entre os melhores faturamentos da rede de quase 100 lojas. Formado em administração de empresas pela PUC-RIO e especialização em gestão pelo IBMEC-RJ. Empreendedorismo “na veia”.

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